Comentei neste domingo para o Premiere, ao lado do craque Andre Azevedo, o empate em 0 a 0 entre Madureira e Cabofriense, em Conselheiro Galvão.
Um gostinho um pouco menos azedo para os donos da casa, que conseguiram o objetivo de fugir da Seletiva de Acesso de dezembro, empate com cara de velório para os visitantes, que precisavam da vitória somada a derrota do Flamengo para avançar na Taça Rio.
O empate no primeiro tempo foi justo. Injusto foi o 0 a 0, porque o que não faltou foi chance. Tudo em decorrência de falhas de colocação dos volantes dos dois times.
Rodrigo Dantas e Bruno davam todo o espaço que Anderson Rosa precisava, e o mesmo (não) faziam Abuda e Gama com Luciano Naninho. Este acertou um chute na trave, Rosa chutou fora uma bola de pouco antes da marca do pênalti, e outras chances foram desperdiçadas.
A Cabofriense ainda teve dois gols anulados. Um incontestável, Abner estava impedido. O outro, pela imagem, dava a impressão de condição legal do atacante. Mas admito que a posição privilegiada do assistente Luiz Cláudio Regazoni pode tê-lo feito ver um pezinho, no máximo, à frente.
No segundo tempo o ritmo caiu muito, por influência dos resultados externos. O Botafogo ia batendo o Americano e, com isso, o Madureira podia até perder. E o Flamengo ia batendo com sobras o Fluminense, e com isso a Cabofriense estava eliminada mesmo vencendo. No fim, Catatau ainda cabeceou a segunda bola na trave para o Madureira.
Fica para ambos a lição de erros que não podem se repetir para 2020. Especialmente o Madureira, que tem tradição, time e torcida para, se não sonhar com título, ao menos não temer o rebaixamento. A diretoria demorou a perceber que o estilo normalmente solto e ofensivo de Antonio Carlos Roy não estava funcionando com um elenco fraco.
Gaúcho veio com a experiência e o pragmatismo para salvar a temporada. E a Cabofriense também demorou a intervir, fazendo a acertada opção por Valdir Bigode.
E a principal lição: ter competência para montar elencos baratos com um mínimo de qualidade, e dá-lo a comandantes compatíveis, para não correr o risco de demorar a responder a erros no meio do caminho…