O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT), pediu nesta terça-feira (11) para que a Polícia Federal — além dos Ministérios Público Federal e Estadual — sejam acionados sobre um suposto “dossiê contra os 70 deputados”.
Ele também quer a convocação do secretário Lucas Tristão, titular da pasta de Desenvolvimento Econômico, para se explicar sobre o assunto. Ceciliano disse que ouviu de Tristão sobre a suposta espionagem. O pedido foi feito pelo petista após discussão no plenário.
“Deputado Luiz (Paulo, PSDB) quero que convoque aqui o secretário Lucas Tristão, por favor. Vamos ver se (o encontro) é fechado ou não. Ele falou, tenho testemunha, que tinha dossiê contra os 70 deputados. E vamos mandar remeter também pro Ministério Público”.
Já o acionamento da PF e do MP, segundo o presidente da Casa, deverá ser feito pela comissão de segurança. Na semana passada, Ceciliano enviou um requerimento de informações ao governo questionando a possível espionagem.
Governo nega
À época, o governo disse que jamais usaria de qualquer mecanismo irregular para monitorar parlamentares. Também na semana passada, Tristão disse desconhecer a existência dessas práticas.
Líder do governo, Márcio Pacheco (PSC) saiu em defesa de Wilson Witzel nesta terça.
“Não há nem do governador e nem de nenhum membro do Poder Executivo nenhuma ação de escuta a parlamentares ou qualquer ação que venha agir de modo a expor ou denegrir qualquer imagem deste Parlamento. A declaração é oficial em nome do governador”.
Pacheco disse que Tristão “nunca realizou nem demandou a qualquer órgão do governo tais escutas”.
Após a fala do líder de governo, Ceciliano se dirigiu a ele.
“O pedido fiz porque ouvi do próprio Lucas Tristão e Vossa Excelência ouviu do próprio Lucas Tristão. Então, cada vez que vocês (governo) fizerem uma questão de ordem… Tenho um deputado que ouviu e ele confirmou na frente de Vossa Excelência que falou que tinha o dossiê. Então, vou além: pedir ao Ministério Público e à Polícia Federal e fazer auditoria nos equipamentos oficiais (dos deputados)”.
Pacheco rebateu dizendo que é prerrogativa do presidente da Casa fazê-lo e que “quem não deve não teme”.