Caminhando, em janeiro, sobre as dunas, em um dia lindo, não imaginava quantas histórias, quantos sonhos encobertos por baixo daquela areia fofa que faz um traçado do Pontal até o Balneário.
Por lá, ouvia infinitos contos – uns mais divertidos que os outros – até tarde da noite, ao mesmo tempo que percebia que a lua se despedia na água revolta e barrenta que animaria o dia.
Estava acordado e continuava com amigos e com pessoas que vinham chegando da noite endiabrada, com o objetivo de observar o nascer-do-sol sereno, em silêncio; enquanto, ao longe, uma música começa a tocar.
A harmonia era perfeita entre o manguezal e o encontro do rio com o amar, completando com o sopro do vento nordeste.
O caminho parecia longo, mas a sensação foi de rejuvenescer o corpo, a mente e a alma de imaginar que tanto segredo poderia por ali habitar.
Enquanto admirava a beleza do mar, tropecei em um vergalhão carregado de maresia, sinalizando dor, solidão, melancolia, talvez um aviso…
Após um descansar durante o dia, a chegada da noite, parecia um convite para se continuar apreciando a natureza. Dava um arrepio ao contemplar, novamente, o encontro das águas do rio com as do mar.
O mar anunciava, através de reflexos lunares e ao som de suas ondas, que a lua começava a derramar os últimos clarões da noite e, que, mais tarde, ressurgiria esplendorosa mais uma vez como a lua cheia.
Realmente, aqui, o céu se mostra diferente de todos os dias, com suas curvas e cores exuberantes, encontrando sempre a forma que parecia perdida.
Causava o caos dentro dos meus olhos, ao mesmo tempo uma esperança de dias melhores ao ouvir também o cantar de um canário da terra, que estava perto e ao mesmo tempo bem distante, talvez para não cortar a concentração de quem admirava aquele momento.
Foram esses – e muitos – alguns instantes maravilhosos em minha atafona querida.