A Polícia Civil do RJ iniciou nesta sexta-feira (29) a Operação Cerco. Entre os alvos estão o ex-governador Luiz Fernando Pezão e empresários. Todos foram alvo da operação Boca de Lobo, uma das fases da Lava Jato, no Rio de Janeiro, em 2018.
A força-tarefa afirma ter encontrado uma grande movimentação de dinheiro em nove empresas que pertencem aos investigados sem que elas tivessem capacidade financeira para isso. O grupo é suspeito de crimes contra a administração pública, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Os investigados integraram o consórcio que ganhou a instalação da iluminação no Arco Metropolitano do RJ. As empresas do grupo também são suspeitas de fraudar pregões em diversas secretarias do RJ para fornecimento de resmas de folhas de papel A4.
Pezão tem contra si, nesta sexta, um dos 26 mandados de busca e apreensão. O ex-governador, solto desde dezembro do ano passado, depôs em casa, em Piraí.
Outro que prestou depoimento foi o ex-deputado estadual Carlos Alberto Cupello, o Tio Carlos. Os policiais fizeram buscas em sua casa, na Barra da Tijuca. Tio Carlos foi à delegacia depor.
Os policiais querem saber sobre as relações do ex-governador com os empresários e com as empresas investigadas.
Empresários presos
A Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do RJ emitiu ainda quatro mandados de prisão contra empresários.
Até a última atualização desta reportagem, foram presos César Augusto Craveiro e Alexandre Resende Barboza. A polícia procurava ainda por Sérgio Benincá e Luis Fernando Craveiro.
Os irmãos Craveiro já tinham sido presos na Operação Boca de Lobo, de novembro de 2018 — quando Pezão também foi preso —, mas respondiam em liberdade.
A Justiça determinou também o bloqueio de R$ 241 milhões das empresas suspeitas.
Advogado de Pezão, Flávio Mirza afirmou tratar-se “de notório constrangimento ilegal”.
“Os mesmos fatos estão sob escrutínio da Justiça Federal. Além disso, o ex-governador está afastado da vida pública, cumpre prisão domiciliar, sem contato com ninguém, e não mantém (e nem nunca manteve) relação de proximidade com os referidos empresários”, afirmou.
“Como se não bastasse, é sexagenário, diabético e teve um câncer recentemente, ou seja, é absurdo que coloquem sua vida em risco dessa forma”, emendou.
Cesar Craveiro Amorim, Alexandre Barbosa e o ex-deputado Tio Carlos não quiseram falar ao chegar na sede da Chefia de Polícia. O advogado de Sérgio Benincá não se apresentou até o momento. O G1 não conseguiu contato com o defensor de Luís Fernando Craveiro Amorim.
Participam da operação equipes do Departamento de Combate à Corrupção ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, e da Delegacia Fazendária, da Secretaria de Polícia Civil do RJ.