O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), prestou depoimento por cerca de uma hora, na tarde desta quinta-feira (9), na delegacia da Polícia Federal no Aeroporto do Galeão, no Rio. Ele foi chamado para prestar esclarecimentos sobre um inquérito que responde por incitação à violência.
Em agosto do ano passado, o governador desceu de helicóptero comemorando a morte de um sequestrador que fez um ônibus refém na Ponte Rio-Niterói. Também faz parte da investigação a política de segurança do estado. Por algumas vezes, Witzel afirmou que a polícia deveria atirar na cabeça de bandidos.
Em nota, após o depoimento, o governo disse que Witzel “reforçou que as polícias Militar e Civil vêm atuando para preservar vidas, em oposição ao crime organizado, sem jamais incitar a prática de qualquer crime” e que “não interfere na atuação operacional das corporações”.
O governador disse ainda “as operações policiais são pautadas por planejamento prévio e executadas dentro da lei”. “Nas ações em áreas conflagradas, a missão das polícias é primordialmente a prisão de criminosos e apreensão de armas e drogas. Muitas vezes, no entanto, os criminosos fazem a opção pelo enfrentamento, dando início ao confronto. Quando a operação policial resulta em mortes ou feridos, o governo determina a abertura de inquéritos”, diz o texto (veja a íntegra no fim da reportagem).
Suspeitas na Saúde
Witzel também deve ser ouvido na sexta-feira (10), em outra investigação, sobre a suspeita de corrupção em contratos emergenciais durante a pandemia do coronavírus.
Nesta quinta também começou a contagem do prazo para que Witzel apresente a sua defesa no processo de impeachment aberto pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), também pelas supostas irregularidades na Saúde.
Ele tem dez sessões plenárias para apresentar a defesa. O prazo acaba dia 30 de julho.