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Ex-jogador de futebol aparece em delação de ex-secretário de Witzel

Ex-jogador de futebol aparece em delação de ex-secretário de Witzel

Por Rlagos Notícias

16 de agosto de 2020

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Em sua delação premiada, o ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos falou sobre a influência de José Carlos de Melo, pró-reitor administrativo da Universidade Iguaçu (Unig), instituição privada na Baixada Fluminense, no governo Wilson Witzel (PSC).

Em 7 de junho, a Revista Veja revelou com exclusividade a forma de Zé Carlos, como é conhecido, operar nos bastidores da gestão Witzel. Ligado a bicheiros, ele é peça chave nas investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) que envolve o governador e a primeira dama Helena em suspeitas de corrupção na área da Saúde.

Ex-jogador de futebol nos anos 1980, Zé Carlos faz, por exemplo, a intermediação de contratos milionários entre empresários e o Palácio Guanabara e indicações em cargos estratégicos, além de ter sido financiado informalmente campanhas eleitorais de candidatos por Pastor Everaldo Pereira, presidente nacional do PSC, nas eleições de 2018, por indicação do ex-prefeito de Nova Iguaçu Nelson Bornier (PROS), amigo de Zé Carlos e que nega ter feito esse pedido. No encontro, também estava Edson Torres, braço-direito de Everaldo e também citado na delação de Edmar Santos, conforme mostrou o “RJTV”, da Rede Globo, neste sábado, 15.

O acordo de colaboração de Edmar Santos, que chegou a cair preso após ser alvo da Operação Marcadores do Caos, foi homologado pelo Tribunal Superior de Justiça (STJ). Em um dos trechos da delação premiada armada com o Ministério Público Federal (MPF), Edmar Santos diz que Zé Carlos tem Carlos Frederico Loretti da Silveira, o Kiko, como sendo seu principal operador financeiro dentro do governo. Kiko é dono de uma das empresas contratadas pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio durante a pandemia do novo Coronavírus: a Health Supplies Comércio de Materiais Médicos, Cirúrgicos e Hospitalares Ltda.

Os contratos com a Health Supplies estão sob investigação. Zé Carlos tem passe livre para transitar entre as duas grandes forças dentro do governo WIlson Witzel: uma delas liderada pelo Pastor Everaldo e a outra pelo empresário Mário Peixoto, preso na Operação Favorito por suspeitas de participação em irregularidades em contratos emergenciais na área da Saúde. Peixoto é ligado ao advogado Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais. Tristão foi exonerado por Witzel após pressão da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) na tentativa de evitar o pedido de impeachment.

Embora o CPF de Zé Carlos não apareça nas prestações oficiais de contas de candidatos à Justiça Eleitoral, políticos – de todas as correntes ideológicas – vão em romaria rumo à casa dele desde antes das eleições. As reuniões, regadas a vinho – o pró-reitor é um apreciador da bebida -, ocorrem em sua mansão, no Santa Mônica Jardins, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. No luxuoso condomínio, não há imóveis com valor inferior a cinco milhões de reais.

Apaixonado por carros esportivos, o ex-zagueiro do Itaperuna até antes da pandemia marcava seus encontros também no restaurante Fratelli, na Barra. Eles preferem cair no anonimato. O pró reitor da Unig raramente frequenta eventos públicos. Não tem pelas nas redes sociais e nunca é fotografado ao lado de autoridades. Para ele, a discrição é a alma do negócio. A regra só é quebrada quando o pedido é de velhos amigos dos tempos de Itaperuna. Na internet, há um vídeo em que Zé Carlos está presente na festa de aniversário, em 2016, do bicheiro Roberto Sued, o Troca-Letra, ex-presidente do clube. No evento, estavam presentes o ex-deputado federal Simão Sessim (PP), primo do contraventor Aniz Abraão David, o Anísio da Beija-For, além do prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB). O pró-reitor é querido pela família de Anísio.

Depois de perder a eleição em 2018, Sessim ganhou de Wilson Witzel o cargo de representante de sua gestão em Brasília. Em 2019, novamente ao lado de Roberto Troca-Letra e do ex-jogador Adriano Imperador, Zé Carlos participou de ação social, com uma doação financeira para uma instituição da cidade.

Tudo registrado pela imprensa local. No gabinete de Zé Carlos de Melo na Unig, que oferece pelo menos 17 cursos de graduação, políticos formam lá para conquistar outro quinhão: as tão desejadas bolsas de estudos destinadas a cabos eleitorais e familiares. Para se ter uma ideia, a mensalidade do curso de Medicina custa, em média, 9 300 reais.

Um dos campeões de descontos no pagamento é o deputado federal Luiz Antônio Teixeira Júnior, o Dr. Luizinho (PP).

Médico formado na instituição e amigo do pró-reitor, o parlamentar já o ajudou a se reunir com aliados. Em 2018, sua coligação, o “Rio quer Paz”, contava com candidatos do DEM, MDB e PTB. Antes de se eleger, Dr. Luizinho ocupou as secretarias de Saúde das gestões Bornier, na prefeitura de Nova Iguaçu, e Pezão, no governo estadual.

O deputado tem Anísio da Beija-Flor como um “padrinho”, como costuma chamar carinhosamente o bicheiro.

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Por Rlagos Notícias

16 de agosto de 2020

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