Quatro vezes campeã de Gand Slams e uma das favoritas ao ouro em Tóquio, a tenista Naomi Osaka foi a responsável por acender a chama olímpica na abertura dos Jogos Olímpicos, nesta sexta-feira. A escolha da atual número 2 do mundo para o posto ressalta a importância da representatividade em um país de costumes rígidos. Mulher, negra e em tratamento contra depressão, Osaka quebra paradigmas ao se tornar o principal ídolo do esporte japonês.
Com mãe japonesa e de pai haitiano, Naomi Osaka se mudou para os EUA aos três anos. Cercada de diferentes nacionalidades, ela escolheu representar oficialmente o Japão m sua carreira como tenista. Três anos após ganhar seu primeiro título de Grand Slam, ela recebeu a honraria de ser responsável por acender o principal símbolo olímpico.
Também após conquistar o maior título de sua carreira e se tornar a primeira japonesa a alcançar a façanha, ela desenvolveu depressão. Na final do Us Open de 2018 ela derrotou seu maior ídolo no esporte, Serena Williams, e foi vaiada por centanas de pessoas na quadra principal por tirar o título da mão dos americanos. Na época, ela tinha apenas 20 anos.
Osaka nunca tinha falado em público sobre o tema, mas desde então tem sofrido com o peso de se tornar uma referência no esporte. O assunto meio à tona na última edição de Roland Garros, quando ela abandonou o torneio ainda na segunda rodada por se recusar a participar das coletivas de imprensa (algo obirgatório para todos os atletas). Sua decisão gerou polêmica e foi apontada como estrelismo, mas na verdade serviu de canhão para o debate sobre saúde mental no esporte.
Desde então, a tenista optou por se resguardar e pulou os torneio seguintes (incluindo Wimbledon), e não entrou mais em quadra. Seu retorno será justamente em casa, em sua estreia em Jogos Olímpicos. Aos 23 anos, ela chega como favorita ao pódio de simples, e ainda mais motivada por ser a escolhida para acender a pira.