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Dólar sobe forte após Guedes falar em ‘licença’ para furar teto de gastos

Dólar sobe forte após Guedes falar em ‘licença’ para furar teto de gastos

Por Rlagos Notícias

21 de outubro de 2021

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O dólar opera em forte alta nesta quinta-feira (21), após o ministro Paulo Guedes confirmar que o governo pagará R$ 400 de Auxílio Brasil até dezembro de 2022 e falar em “licença” para furar o teto de gastos para financiar o benefício.

Às 12h28, a moeda norte-americana saltava 1,61%, vendida a R$ 5,6480. Na maior cotação do dia até o momento, chegou a R$ 5,6750, renovando máximas que não eram atingidas desde meados de abril. 

Já o dólar turismo era negociado na casa de R$ 5,86; nas casas de câmbio, chega a superar R$ 6,20 nas compras da moeda em cartão pré-pago.

Já a Bovespa opera em queda de mais de 2% em meio aos temores de descontrole fiscal.

O Banco Central não anunciou venda líquida de dólares – seja na forma de swap cambial, seja de moeda física – para esta quinta, mas dada a disparada do dólar agentes financeiros não descartam que o Bacen intervenha de surpresa no mercado.

Na terça-feira, as notícias sobre as intenções do governo de pagar parte do Auxílio Brasil fora do teto de gastos já tinham azedado o humor dos mercados, provocando queda na bolsa, elevação dos juros futuros e aumento do dólar frente ao real.

Na quarta-feira, o dólar fechou em queda de 0,65%, a R$ 5,5583, após ter atingido R$ 5,5944 na terça-feira. Com o resultado da véspera, passou a acumular alta de 2,07% no mês e de 7,15% no ano.

Furo do teto de gastos

A fala do ministro Paulo Guedes dizendo que o governo estuda alternativas para viabilizar o valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil foi interpretada pelo mercado como o fim do teto de gastos, indicando uma derrota da equipe econômica na batalha contra planos de romper o teto de gastos.

Tido como âncora fiscal do Brasil, o teto de gastos está em vigor desde 2016 e não permite o crescimento das despesas do governo acima da inflação do ano anterior, com o objetivo de reduzir o endividamento público e evitar um descontrole dos gastos públicos.

“Temos a regra fiscal e ela está sendo desmontada. Esse ‘waiver’ que o ministro pediu ontem é o fim do teto de gastos”, afirmou o economista e especialista em contas públicas Guilherme Tinoco, em entrevista à GloboNews (veja vídeo mais acima).

O ministro disse que o governo avalia se o benefício temporário que irá vitaminar o novo Bolsa Família será pago fora do teto, o que demandaria uma licença, chamada pelo ministro de “waiver” (perdão), para um gasto de cerca de R$ 30 bilhões, ou se haverá opção por uma mudança na regra constitucional do teto de gastos para acomodá-lo.

Guedes defendeu que o governo busca ser “reformista e popular” e “não “populista”, em meio a críticas generalizadas de que a burla ao teto de gastos seria uma medida eleitoreira e que não representaria uma mudança efetiva para o Bolsa Família.

“O fato de expoentes da oposição ao governo federal defenderem valores mais elevados do programa de sustentação de renda, a exemplo do sugerido pelo ex-presidente Lula, de R$ 600 mensais de benefício, deve ser considerado como fator adicional de risco para o mercado, pois pode fomentar ainda mais a pressão de políticos do Centrão por valores mais altos do Auxílio Brasil”, disse o departamento de Economia da Renascença DTVM, em relatório diário.

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Por Rlagos Notícias

21 de outubro de 2021

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