O IML de Cabo Frio é o exemplo do descaso do governo do Estado e da incompetência dos deputados da região que tem se revelado incapazes, depois de dois anos de mandato, de cumprir a promessa de retomar os serviços de necropsia e remoção depois de quatro anos suspensos.
O IML é órgão subordinado à Secretaria de Estado de Segurança Pública e responsável pelas necropsias e laudos cadavéricos para a polícia científica. Desde o fechamento do Instituto de Cabo Frio as necropsias estavam sendo realizadas na unidade de Araruama, que suspendeu as atividades em maio do ano passado. Os serviços passaram, então, para o Posto Regional de Polícia Técnico
Científica (PRPTC) em Macaé e São Gonçalo, de acordo com a proximidade de cada ocorrência. A remoção de corpos de vitimas de assassinato, acidentes, atropelamentos e até afogamentos tem levado, pelo menos, seis horas, tempo que o corpo do dançarino Gzinho ficou exposto na RJ-106 nesta segunda-feira de Carnaval. Ele morreu em um acidente na Rodovia Amaral Peixoto, em Aquarius por volta das três da madrugada. A moto dele bateu de frente com um caminhão. O corpo só foi removido da estrada às nove da manhã.
A região de Arraial do Cabo a Saquarema elegeu três deputados estaduais: Sérgio Luiz Costa, o Doutor Serginho, o Subtenente Mauro Bernardo, Franciane Mota e um deputado federal, Lourival Gomes, representatividade que não tem sido suficiente para reabrir o IML.
Sérgio Luiz Costa e Mauro Bernardo vem prometendo, sem sucesso, a retomada dos serviços desde 2019. Em maio daquele ano, Serginho anunciou ter solicitado a reabertura do Instituto e novas viaturas para 126 DP em reunião com a alta cúpula do governo. Em julho, ele e Bernardo estiveram no IML, anunciaram o início das obras e prometeram a construção de um novo prédio no prazo de 3 meses.
Em julho do ano passado, o secretário de Obras do Estado Bruno Kazuiro esteve em Cabo Frio. Ele se reuniu com o então prefeito Adriano Moreno e inspecionou o prédio do IML com o deputado Sub-Tenente Bernardo.
O deputado, aliás, é quem garante que o projeto está pronto, que o novo prédio será construído no terreno atrás da delegacia e que as obras podem ter início em três meses. Segundo ele, depende apenas da doação da área pela prefeitura de Cabo Frio para o Estado. O deputado diz que já conversou sobre o assunto com o prefeito José Bonifácio e obteve dele a promessa da doação para agilizar a construção do prédio.