RIO DE JANEIRO – Nesta quinta-feira (21), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagrou a Operação Achaque, resultando na prisão de quatro policiais civis acusados de associação criminosa e extorsão. Conforme a denúncia aceita pela Justiça, os agentes estariam envolvidos em um esquema de recebimento de propina, utilizando métodos como o Pix e até mesmo efetuando transações em dinheiro vivo dentro das dependências da delegacia.
De acordo com as informações disponibilizadas pelo MPRJ, os agentes atuavam predominantemente em Cabo Frio, Região dos Lagos, onde supostamente intimidavam e ameaçavam empresários locais. Em suas abordagens, eles direcionavam sua atenção principalmente a motoristas de caminhões-pipa e distribuidoras de gás. Usando distintivos e, em alguns casos, até fuzis, os policiais coagiam as vítimas, exigindo dinheiro sob a ameaça de apreensão dos veículos.
Os presos
- Alcino Luiz Costa Pereira: preso em casa, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense;
- Carlos Alberto Imbrahim Rolemberg: preso em casa, em São Pedro da Aldeia;
- Carlos Anderson Bazilio Fontes: preso dentro da Delegacia de Atendimento à Mulher de Cabo Frio;
- Sebastião Cotrim de Moraes: preso em casa, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
Investigações revelaram que os pagamentos extorquidos eram, em grande parte, realizados via Pix, diretamente para os CPFs dos agentes. Diversos comprovantes dessas transações foram recuperados, fortalecendo a acusação contra os envolvidos. Além disso, a denúncia destaca que os agentes também negociavam e recebiam propina no interior da Delegacia de Cabo Frio e da Delegacia de Atendimento à Mulher local.
Alcino Pereira, um dos policiais detidos durante a ação, já possuía antecedentes. Foi preso pela primeira vez no ano anterior, em meio à Operação Fim da Linha. Esta operação teve como objetivo desmantelar uma organização criminosa que extorquia dinheiro de bingos ilegais e casas de prostituição no Rio. Uma gravação traz Pereira dizendo a uma das vítimas: “Filhão, que horas tu tá em casa? Logo mais eu vou conversar com você. A gente tem que conversar. Dá um pulinho aqui, melhor, dá um pulinho aqui na DP pra gente conversar, tá?”
O caso segue sob investigação, e as autoridades buscam aprofundar o entendimento sobre o esquema e possíveis conexões com outros delitos