Representantes da Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro dão uma entrevista coletiva, nesta quinta-feira (6) à tarde, para detalhar a operação na Favela do Jacarezinho, Zona Norte do Rio.
Com 25 mortos até as 16h de hoje – incluindo um agente da Delegacia de Combate as Drogas, unidade especializada da corporação – a ação é a mais letal da história do estado, desde 1989.
A polícia afirma que os outros 24 mortos são suspeitos de integrar organizações criminosas e que, entre as vítimas, havia três com mandados de prisão expedidos pela Justiça.
“Não estamos comemorando (…) Por outro lado, a Polícia Civil não vai se furtar de fazer com que a sociedade de bem tenha seu direito de ir e vir garantido”, afirmou o delegado Rodrigo Oliveira, o primeiro a falar na entrevista coletiva.
Segundo ele, os criminosos “acabam aliciando os filhos dos trabalhadores”.
“Isso, no nosso entendimento, é mais do que uma excepcionalidade”, completou, se referindo à decisão do Supremo Tribunal Federal restringindo ações policiais no RJ, enquanto durar a pandemia, a casos excepcionais.
“As pessoas não têm direito de namorar quem elas querem namorar. Se por algum motivo o tráfico achar que o cidadão “A” não pode namorar o cidadão “B”, essa pessoa pode até perder a vida”, afirmou.
“Polícia Civil não age na emoção. A operação foi muito planejada, com todos os protocolos e em cima de 10 meses de investigação”, acrescentou Oliveira.
Aliciamento de menores e outros crimes
O delegado Felipe Curi, chefe do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), afirmou que a investigação da polícia tinha “registro do aliciamento de menores para atuar no tráfico” e outros crimes.
“[Também] Sequestro de composição de três da Supervia, sequestro relâmpago, mortes e sumiço de corpos feitos pelo tribunal do tráfico”, afirmou.
Curi considera que a ida da polícia à favela foi para “garantir o direito das pessoas que estavam sob a ditadura do tráfico [de drogas]”.
Apreensões:
- 16 pistolas
- 6 funis
- 1 sub metralhadora
- 12 granadas
- 1 calibre 12 escopeta
- 1 munição antiaérea ativa (arma de guerra)
Sobre a ação e invasão de casas na comunidade, o delegado Fabrício Oliveira disse que “não houve execução. A polícia cumpre a lei”, disse