A família de Jorge Luiz Antunes, de 49 anos, afirmou no Instituto Médico-Legal (IML) na manhã deste domingo (26) que ele não tinha formação como segurança e tinha medo, mas aceitou a vaga pela necessidade. Ele foi morto durante o assalto a uma joalheria do Village Mall, shopping de luxo da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no sábado (25).
“Tinha uns cinco anos que ele estava desempregado e apareceu esse freelance para ele. Ele, como pai de família, tinha que trabalhar para trazer o sustento da família dele”, contou a sobrinha Kênia Antunes.
O shopping Village Mall afirmou que lamenta a perda da vida do colaborador e afirmou que está colaborando com as autoridades.
O trabalho no shopping foi fruto da indicação de um amigo. Ele receberia R$ 180 pela noite de serviço para a qual, originalmente, não estava escalado.
“Era uma diária de R$ 180 que custou a vida dele”, completou Kênia.
Jorge era casado e tinha quatro filhos. Familiares contam que ele chegou a pensar em desistir, mas seguiu no trabalho por diárias por necessidade. Cada turno tinha 12 horas de duração.
“Ele sempre se sentiu inseguro. Mas ele dava o melhor dele. Ele sempre deu o melhor dele”, afirmou a sobrinha.
Kênia diz que soube do ocorrido através de um colega de trabalho de Jorge quando a família estava reunida na festa de aniversário de uma netinha. Ele deveria ir para lá quando largasse o trabalho no shopping.
Ele teria dito para a família ir para o IML ainda na noite de sábado, mas o corpo ainda estava no shopping. Segundo a sobrinha, ao chegarem ao centro comercial, foram impedidos de ver o corpo e não tiveram explicações sobre o desaparecimento dos documentos e do celular da vítima.
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Segundo testemunhas, o confronto ocorreu por volta das 18h, com dezenas de tiros, correria e lojas fechadas. Agentes da 16ªDP (Barra da Tijuca) e do Batalhão de Operações Especiais foram acionados. Os policiais informaram que a ação criminosa contou com 12 assaltantes em seis motos. Todos estavam armados com pistolas.
Segundo a Polícia Civil, informações preliminares mostram que, após levarem as joias, os criminosos fizeram reféns para sair do shopping. Houve tiros e o segurança morreu. As Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso.
Nas redes sociais, clientes que estavam no interior do shopping no momento do tiroteio relataram momentos de pânico.
“Grande movimentação, armamento pesado, muito tiro e correria”, escreveu um usuário do Twitter que afirmou estar no local.