RIO – Em uma ação que marca um novo capítulo na investigação do assassinato de Marielle Franco, a Polícia Federal prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão, acusando-o de ser o mandante do crime que chocou o país e ganhou repercussão internacional. A detenção de Brazão não apenas reacende o debate sobre a violência política e a impunidade no Brasil, mas também traz à tona as complexas redes de influência e apoio que transpassam as esferas políticas regionais e nacionais.
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Brazão, até então figura política de expressiva influência, foi flagrado em vídeos agradecendo ao vereador de Cabo Frio, Atila Motta, pelo apoio recebido na Região dos Lagos, evidenciando uma trama de alianças que agora é scrutada sob a grave acusação que pesa contra ele. Essas gravações, aparentemente inofensivas à primeira vista, assumem uma nova dimensão diante das acusações, sugerindo uma teia de relações políticas que pode ser mais ampla e complexa do que se imaginava.
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O assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro e ativista dos direitos humanos, em março de 2018, permanece como um dos crimes políticos mais emblemáticos e dolorosos dos últimos tempos no Brasil. A prisão de Chiquinho Brazão pela Polícia Federal não apenas reitera o compromisso das autoridades com a elucidação do caso, mas também destaca as sombrias realidades da política brasileira, onde alianças e inimizades podem ter consequências fatais.
Enquanto o país aguarda o desenrolar dos processos judiciais, a prisão de Brazão serve como um lembrete perturbador da urgência em combater a violência política e garantir a segurança e a liberdade de atuação para políticos e ativistas. O caso Marielle Franco permanece, assim, no centro de um debate muito maior sobre democracia, justiça e direitos humanos no Brasil.
Três acusados de envolvimento no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes foram presos, na manhã deste domingo (24) em uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
Os irmãos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio e Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, foram presos acusados de serem os mandantes do crime na operação Murder Inc.
Já Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio, assumiu a função um dia antes do assassinato de Marielle, e foi preso acusado de tentar obstruir as investigações do assassinato da vereadora e Anderson. Antes disso, ele era coordenador da Divisão de Homicídios da Polícia Civil.
Em novembro de 2019, a Polícia Federal afirmou em relatório reservado ao MP-RJ que o delegado Rivaldo Barbosa deveria ser investigado por suspeita de ter recebido propina de R$ 400 mil para evitar que fossem conhecidos os reais mandantes dos assassinatos.
Neste domingo, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), todos na cidade do Rio de Janeiro.
A operação Murder Inc. tem como alvos os autores intelectuais dos crimes de homicídio, de acordo com a investigação. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.
Nas redes sociais, a Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e irmã de Marielle, comemorou as prisões e cobrou respostas das autoridades.
“Só Deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê? Agradeço o empenho da PF, do Governo Federal, do MP federal e estadual e do Ministro Alexandre [de Moraes]. Estamos mais perto da Justiça! Grande dia!”, escreveu.
O PSOL, partido no qual Marielle Franco era filiada, publicou uma nota no Instagram comemorando a prisão dos acusados. “Nós seguiremos na luta por justiça até que todos os envolvidos sejam julgados e condenados”, escreveu.
Marcelo Freixo também usou o X, antigo Twitter, para comemorar as prisões e afirmou: “Essa é uma oportunidade para o Rio de Janeiro virar essa página em que crime, polícia e política não se separam”
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