Durante a campanha eleitoral de 2022, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, expressou forte apoio à Família Brazão, referindo-se a eles como “representantes legítimos” do estado. Suas declarações, capturadas em vídeos e discursos de campanha, ressaltaram a proximidade e o endosso político aos Brazão, especificamente a Chiquinho Brazão e outros membros da família, como figuras centrais em sua visão de liderança e representação para o Rio de Janeiro.
Esta aliança política veio à tona recentemente, gerando intensa controvérsia após a prisão dos irmãos Brazão, acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, um caso que chocou o país e atraiu atenção internacional desde março de 2018. As acusações contra os irmãos Brazão colocam uma sombra significativa sobre as declarações prévias de Castro e sua associação com a família, questionando a integridade e as escolhas políticas do governador.
O apoio explícito do governador à Família Brazão, agora em desacordo com as graves acusações enfrentadas por eles, levanta questões sobre as implicações dessas conexões políticas e as consequências para a governança do estado do Rio de Janeiro. A prisão dos irmãos Brazão sob suspeita de envolvimento no assassinato de Marielle Franco trouxe o caso de volta aos holofotes, exigindo novas análises sobre o julgamento político e as alianças do governador Castro.
A população do Rio de Janeiro, ainda buscando justiça para Marielle Franco e clamando por transparência e responsabilidade de seus líderes, agora observa atentamente as reações e as medidas que o governador Castro tomará em resposta a este desenvolvimento. A confiança na liderança de Castro pode ser severamente testada à medida que o público e os críticos pedem esclarecimentos e reconsiderações das alianças políticas feitas durante e após a campanha eleitoral.
A situação atual exige uma reflexão profunda sobre os valores e os critérios que orientam as escolhas políticas no Rio de Janeiro. A comunidade espera que esse episódio sirva como um ponto de inflexão para uma maior responsabilidade política, especialmente em honra ao legado de Marielle Franco e ao anseio contínuo por justiça e integridade na vida pública.
O bairro citado, que fica na Zona Oeste do Rio, é apontado pelos investigadores como alvo da disputa que teria motivado os irmãos Brazão a mandar matar Marielle. De acordo com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a motivação envolveu questões de “regularização fundiária, disputa de território e divergência sobre projeto de lei na Câmara Municipal.
O governador Cláudio Castro preferiu não se manifestar sobre o desfecho do caso, principalmente por ter um delegado e ex-chefe da sua Polícia Civil apontado como um dos mentores do crime, com atuação direta para atrapalhar as investigações.
Há quatro dias, depois que a delação de Ronnie Lessa foi homologada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, Castro disse que esperava um “desfecho rápido” e que, por enquanto só tinha “fofoca jurídica e política”.
O desfecho chegou. E o silêncio também.
Relação com Eduardo Paes
A proximidade da família Brazão com o prefeito Eduardo Paes (PSD) também foi lembrada neste domingo. E a turma nem precisou desenterrar um vídeo tão distante. Não para de pipocar nos grupos de WhatsApp as imagens de Paes lançando o Kaio Brazão, filho de Domingos, pré-candidato a vereador o Rio.
No vídeo gravado em agosto do ano passado, na Taquara, também em Jacarepaguá, o prefeito exalta a família Brazão, diz que “colocou pilha” no lançamento de Kaio porque a “tradição não pode parar”.
Prisões
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão, que já foi secretário de Ação Comunitária do Rio, e o delegado Rivaldo Barbosa foram presos, na manhã deste domingo (24), em operação deflagrada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, e pela Policia Federal.
Os presos passaram por audiência de custódia na sede da PF no Rio, fizeram exames de corpo de delito no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) e foram levados para a capital federal, onde ficaraõ na Penitenciária Federal de Brasília à disposição da Justiça.