Vivemos um período onde a palavra amor está em evidência. Todo mundo “ama” todo mundo, causas, bichos, mas ao mesmo tempo que todo mundo “ama”, esses deixam de amar por qualquer coisa. Se formos pensar sobre a origem do amor, nós teremos na língua portuguesa, com a mesma grafia do latim onde a palavra amor é utilizada para se expressar um sentimento, é o gostar de alguém, sentir afeição, desejo ou preocupação. Mas, se formos ainda mais fundo amor é um verbo e todo verbo é uma ação, logo amar é uma ação, uma atitude, deixando de lado a interpretação do amor ser um mero sentimento. Cavando mais fundo ainda, nós teremos o amor como sacrifício, amar é sacrificial, é amar a ponto de dar a vida por alguém e abrindo um parêntese, se entregar por um alguém que não é perfeito, que é imerecido, mas ainda assim, o ama. Amar é uma escolha!
Se nós pararmos para conversar com os mais experientes da vida, os de cabeça branca, com sua pele já enrugada, eles muito nos ensinarão a cerca do que é o amor sacrificial. Não quero aqui fazer uma apologia ao “amor” doentio, ao “amor” opressor, ao “amor “abusivo, mas ao amor em sua genealogia, em sua raiz, sua essência. Em nossos dias vemos juras e mais juras de amor eterno, em se comprometerem na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na abonança e na escassez, até que a morte venha a separar. Eu digo que é uma afirmação belíssima, mas ela de fato é verdadeira? Quando dissemos que lutaremos por quem amamos, não importam suas escolhas erradas, falhas, mas que sempre estaremos junto, lutando, amando, mas, basta um erro e toda essa fala deixa de existir. Basta olharmos para nosso mundo, nossos dias. Observe! Como se deixa de amar tão facilmente! Como se descarta tão facilmente! Como se quebra tão facilmente! Será mesmo que entendemos o que te fato é amor? Será mesmo que sabemos o que é amar? Por que o que vemos é um amor de “cristal” que por qualquer coisa se quebra. Nós temos um modelo de amor: ele deve ser paciente, longânimo, não deve arder em ciúmes, não deve dar ouvido a mentiras, não deve se deixar levar pela soberba, não maltrata o outro, ele é justo, não se alegra com a injustiça, mas se alegra na verdade, ele não é orgulhoso e não guarda rancor, o amor tudo sofre, tudo suporte, o verdadeiro amor, passe o que passar, jamais acaba!
Será mesmo que estamos dispostos a viver o verdadeiro amor? Ou ele só é bonito para se recitar e escrever poesias nas redes sociais? Se nós realmente amassamos conforme a raiz do amor, teríamos um mundo tão perdido, volúvel, instável, sem esperança como o nosso? Teríamos tantas pessoas comprando um “amor” e aceitando qualquer migalha em nome do “amor”?
Que nós de fato e verdade venhamos a conhecer o verdadeiro amor, para que a partir dele possamos amar de verdade.
Lorena Serpa
Pedagoga,
MBA em Gestão Empresarial
Psicopedagoga
Estudante de Psicoterapia