A delegada Adriana Belém, presa durante a Operação Calígula nesta terça-feira (10), guardava quase R$ 2 milhões em sacos de grifes famosas em casa. Agentes do Ministério Público encontraram R$ 1,2 milhão nos sacos e pouco mais de R$ 500 mil em uma mala.
Segundo os investigadores, Adriana Belém tem envolvimento com pessoas que exploravam uma rede de jogos de azar. Entre os controladores, estão o bicheiro Rogério de Andrade e o réu pela morte da vereadora Marielle Franco, o policial Ronnie Lessa.
Na decisão em que autoriza a prisão, o juiz Bruno Monteiro Ruliere afirma que a delegada tinha comprometimento com a organização criminosa.”Ré apresenta um grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa”, diz.
A delegada entregou o cargo de titular da 16ªDP (Barra da Tijuca) em janeiro de 2020, após a prisão de dois agentes que trabalhavam com ela serem detidos na Operação Intocáveis II.
Eles foram citados como tendo envolvimento com milicianos de Rio das Pedras. Um deles era Jorge Luiz , que teria estado com ela na reunião com Ronnie Lessa.
Amiga de jogadores e artistas
Ainda em 2020, Adriana foi candidata a vereadora e teve 3,5 mil votos. A campanha da “delegada pop” chamou a atenção, na época, por contar com um grande elenco de jogadores e famosos entre seus apoiadores: Adriano Imperador, Edmundo, Deco, Djalminha, Amoroso, Dudu Nobre, Xande de Pilares, Mc G15 e David Brazil.
Adriana foi nomeada em agosto de 2021 para um cargo na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro. De acordo com o portal da transparência, o salário dela é de R$ 8.345,14.
Segundo a prefeitura, ela será exonerada ainda nesta terça-feira (10).
De acordo com a Polícia Civil, ambos os delegados alvos da operação não têm cargos na Polícia Civil atualmente. Eles estão afastados e lotados em outros órgãos.
Como servidores cedidos para outros segmentos do poder público, eles continuam a receber pelo órgão de origem, mas o ônus do pagamento é do órgão solicitante.
A Corregedoria da Polícia Civil afirmou que solicitará acesso às investigações para dar andamento aos processos administrativos necessários.
O Ministério Público do Rio de Janeiro deflagrou nesta terça a Operação Calígula, contra a rede de jogos de azar explorada pelo bicheiro Rogério de Andrade e pelo PM reformado Ronnie Lessa.