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Crise na Perícia: Falta de médicos legistas restringe horários de atendimento no IML de São Gonçalo

Crise na Perícia: Falta de médicos legistas restringe horários de atendimento no IML de São Gonçalo

Por Rlagos Notícias

9 de setembro de 2023

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Sede do IML, no Centro do Rio, será responsável pelas perícias de São Gonçalo e Niterói, no período da noite e madrugada — Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro vive um momento de grande preocupação diante da notável falta de profissionais legistas para atender à demanda dos Postos Regionais de Polícia Técnico-Científica de Niterói e São Gonçalo. O Dr. Márcio Pereira de Carvalho, Diretor-Geral do Departamento Geral de Polícia Técnico-Científica (DGPTC), foi forçado a limitar o horário de atendimento nesses postos a partir da última quarta-feira (6), conforme comunicado pelo Boletim Interno da Polícia Civil.

Desde 2021, a Associação dos Peritos do Estado do Rio de Janeiro (Aperj) vem alertando sobre a gravidade da situação. Denise Rivera, diretora-geral da associação, ressalta que mais de 50% da força de trabalho está prestes a se aposentar, criando um vácuo enorme de profissionais habilitados para realizar exames periciais indispensáveis em diversas situações, incluindo casos de violência doméstica e acidentes de trânsito.

“A escassez de profissionais compromete não só a aplicação da justiça, mas também traz um risco real e iminente à segurança e ao bem-estar da população”, aponta Rivera.

A demora na realização de exames periciais pode ter efeitos devastadores nas investigações. Segundo Rivera, em crimes como estupro, o tempo para coleta de evidências é extremamente sensível, e o atraso pode resultar na perda de provas cruciais.

São Gonçalo, que realiza uma média de 800 exames mensais, já sente o impacto dessa decisão, e há uma preocupação crescente de que processos judiciais sejam prejudicados em função da falta de evidências materiais sólidas.

Além da Região Metropolitana, a falta de legistas está começando a afetar severamente o interior do estado, com cidades como Friburgo, Três Rios e Teresópolis experimentando interrupções significativas no funcionamento de suas unidades de perícia.

“Estamos em um sistema de revezamento para manter as unidades funcionando, mas isso é insustentável a longo prazo sem um influxo significativo de novos profissionais”, afirma Rivera.

Apesar da convocação de 1.741 candidatos aprovados no último concurso da Polícia Civil, realizado em 2021, a diretora-geral da Aperj sublinha que o número ainda é insuficiente para cobrir o déficit atual.

“Estamos falando de uma necessidade real de pelo menos 250 peritos para garantir um funcionamento adequado e seguro das nossas unidades”, destaca Rivera.

Diante do cenário crítico, há um apelo urgente para que o processo de formação dos novos peritos seja agilizado, garantindo que as unidades de perícia técnica, inclusive as chamadas salas lilás — destinadas a atender mulheres vítimas de violência — possam funcionar plenamente o quanto antes.

A atual crise na perícia técnica do Rio de Janeiro destaca uma necessidade urgente e crítica de investimento e agilização no processo de formação e integração de novos profissionais legistas no sistema. É imperativo que medidas sejam tomadas para garantir que a justiça possa ser servida prontamente e que a população possa ter acesso aos serviços de perícia de que necessita, quando necessita.

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Por Rlagos Notícias

9 de setembro de 2023

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