Uma pesquisa do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) indica uma diminuição nas mortes associadas ao consumo de álcool entre jovens e adolescentes no Brasil, ao comparar os dados de 2010 com os de 2022.
Os números revelam que as mortes atribuídas ao álcool entre pessoas com até 17 anos diminuíram de 3,2% para 1,8%. Já entre os jovens de 18 a 34 anos, a redução foi de 20,5% para 13,7%. Em contrapartida, houve um aumento expressivo nas mortes relacionadas ao álcool entre pessoas com mais de 55 anos, passando de 42,6% para 55,5%.
O estudo observa que, mundialmente, o consumo de álcool entre adolescentes e jovens adultos tem caído, embora a prática de Beber Pesado Episódico (BPE) – definida como o consumo de 5 ou mais doses em uma única ocasião por homens ou 4 ou mais doses por mulheres – ainda seja mais comum entre os 20 e 24 anos. No Brasil, pesquisas apontam uma estabilidade no consumo de álcool entre adolescentes, mas um crescimento na experimentação entre jovens do sexo feminino.
Especialistas destacam que começar a consumir álcool precocemente aumenta de forma significativa o risco de desenvolver dependência na vida adulta. Além disso, a pesquisa revela uma disparidade nas mortes atribuídas ao álcool entre diferentes grupos raciais, com a população negra apresentando taxas mais elevadas de óbitos totalmente relacionados ao álcool em comparação com a população branca.
A pandemia interrompeu a tendência de queda nas mortes relacionadas ao álcool, com a taxa em 2022 alcançando 33 mortes por 100 mil habitantes, ainda abaixo dos 36,7 registrados em 2010. As principais causas de morte ligadas ao álcool variam conforme a faixa etária, sendo a violência mais comum entre os jovens e doenças como cirrose e transtornos mentais mais prevalentes entre os mais velhos.
O estudo também identificou que 16 estados brasileiros registraram taxas de mortes atribuíveis ao álcool acima da média nacional, com Paraná, Espírito Santo e Piauí liderando a lista.