TRÊS RIOS – Durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (11), na sede da Transa Transporte, o presidente Carlos Roberto Fonseca expressou preocupações em relação às gratuidades oferecidas pelo governo. Ele destacou que, embora apoie o conceito de passe livre, a empresa enfrenta dificuldades financeiras agravadas por abusos e fraudes nas concessões dessas gratuidades.
Visivelmente emocionado, Fonseca compartilhou as dificuldades da empresa em pagar fornecedores e funcionários.
“Observando um ônibus com 40 passageiros, onde apenas 20 pagaram a tarifa, percebemos a necessidade de revisar as gratuidades. As isenções são cruciais para a justiça social, mas estamos enfrentando abusos frequentes”, explicou.
A situação financeira da Transa se deteriorou significativamente após a pandemia, com muitas pessoas optando por alternativas ao transporte público. Fonseca revelou que em 2023, a empresa teve uma média de 120 mil passageiros a menos por mês em comparação com 2019, o último ano antes da pandemia se espalhar pelo país. “Estes números provavelmente não se recuperarão, e nossos custos não diminuem proporcionalmente”, lamentou o presidente.
O impacto das gratuidades e o custo com carteiras estudantis são significativos nas finanças da Transa, que já adotou várias estratégias de gestão para reduzir despesas. Fonseca apontou a falta de critérios rigorosos na emissão desses documentos como um problema crescente. Em março, a empresa registrou uma queda de 40 mil passageiros em comparação ao mesmo período do ano anterior, resultando em uma perda de cerca de R$160 mil.
Fonseca ressaltou que não considera o aumento das tarifas como uma solução viável. Em vez disso, sugere que uma redução nas gratuidades, juntamente com subsídios governamentais, poderia ajudar a melhorar a situação financeira. “Precisamos de uma colaboração entre o Executivo, Legislativo e a sociedade. Aumentar a tarifa só reduzirá ainda mais o número de passageiros, e isso não é justo para quem depende do nosso serviço”, enfatizou.
A empresa também necessita regularizar algumas certidões para obter incentivos financeiros do governo municipal. Com mais de 40 anos de atuação em Três Rios, a Transa enfrenta um dos momentos mais críticos em termos de receita, com aproximadamente 50% dos passageiros diários não pagando pelo serviço. A falta de investimentos impediu a renovação da frota desde 2013 e a implementação de melhorias, como a instalação de ar-condicionado nos ônibus.