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Pré-candidatos às eleições de 2020 se reuniram com cúpula da milícia do Tandera, aponta investigação do MP com a polícia

Pré-candidatos às eleições de 2020 se reuniram com cúpula da milícia do Tandera, aponta investigação do MP com a polícia

Por Rlagos Notícias

3 de maio de 2023

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Políticos da Baixada firmaram aliança com milícia de Tandera Divulgação

Uma investigação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) revelou a formação de uma “coalizão” entre políticos da Baixada Fluminense e os líderes da milícia. Por meio das quebras de sigilo de telefone, o MP teve acesso à gravação de uma reunião entre a alta cúpula da organização criminosa e pré-candidatos à Prefeitura dos municípios de Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica para as eleições 2020.

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Segundo informações da Polícia Civil, estavam na reunião o Luciano Henrique Pereira, que foi pré-candidato à prefeitura de Seropédica pelo PL, a Thaianna Cristina Barbosa dos Santos, pré-candidata a prefeitura de Mesquita pelo PSDB. Também estava o ex-deputado Cornélio Ribeiro, que foi pré-candidato pelo PRTB, mas não chegou a concorrer à prefeitura de Nova Iguaçu naquele ano. Ele foi deputado federal de 1999 a 2009 pelo PDT. Já o Jorge Alves Santos, que também estava na reunião, foi apontado pela polícia como pré-candidato a vereador de Nova Iguaçu, mas também não disputou o cargo.

Nas fotos do encontro é possível ver um fuzil na mesa em que o debate acontecia. Também estavam na reunião Danilo Dias Lima, o Tandera; o Delson Lima Neto, conhecido como Delsinho; e Marcelo Morais dos Santos, o Grande, apontados como milicianos pela polícia. Ainda segundo a Polícia Civil, Antonio Lucio Fernandes Forte e Rodolfo (ainda não identificado), participaram como articuladores da reunião.

Segundo o Ministério Público, os pré-candidatos, já denunciados, prometeram Secretarias de Governo, nomeações para cargos públicos, e benefícios em licitações fraudulentas em troca do apoio político em suas campanhas eleitorais. A operação, chamada Epilogue, cumpriu 13 mandados de prisão preventiva e outros 25 de busca e apreensão contra integrantes da organização criminosa conhecida como “milícia do Tandera”.

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Dos dez nomes que participaram da reunião, seis foram denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Danilo Dias Lima, o “Tandera”, Marcelo Morais dos Santos, o “Grande” e Gilson Ingracio de Souza Junior, o “Varão”, são acusados de envolvimento com organização criminosa, ameaça e extorsão, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma de fogo. Já os políticos Thaianna Cristina Barbosa dos Santos, a “Dra. Thay”, Luciano Henrique Pereira, o “Luciano da Rede Construir”, e Cornélio Ribeiro, foram indiciados por ligação com organização criminosa. Jorge Alves Santos não foi denunciado pelo MP. Já Delson Lima Neto, conhecido por “Delsinho”, irmão de Tandera, foi morto em agosto de 2022. Antonio também morreu e Rodolfo, citado na investigação, não foi identificado.

Pré-candidatos nas eleições de 2020 se reuniram com cúpula da milícia do Tandera, aponta investigação do MP com a polícia — Foto: Editoria de Arte
Pré-candidatos nas eleições de 2020 se reuniram com cúpula da milícia do Tandera, aponta investigação do MP com a polícia — Foto: Editoria de Arte

Segundo as investigações, a organização criminosa é responsável por extorsões, homicídios, ameaças, grilagem de terras, agiotagem, exploração ilegal de areais, lavagem de dinheiro, entre outros crimes, principalmente nos municípios do Rio de Janeiro, de Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica. Também foram identificados vídeos com cenas de episódios de tortura e execuções sumárias, praticadas de forma cruel.

Quem é Tandera

Danilo Dias Lima, o Tandera, era homem de confiança de Wellington da Silva Braga, o Ecko, com a missão de expandir o território da quadrilha para a Baixada Fluminense, região que hoje domina.

O suspeito traz tatuado no peito o Olho de Tandera, símbolo dos Thundercats, seriado de animação que fez sucesso no Brasil em meados dos anos 80. Além dele, de acordo com informações obtidas pela polícia, seus principais aliados fizeram o mesmo desenho na pele.

Em dezembro de 2020, Tandera rompeu com o grupo e o bando se dividiu. Com a morte de Ecko e a ascensão de Zinho seis meses depois, as duas organizações passaram a realizar ataques mútuos na disputa por território e pelo controle dos negócios. O confronto atingiu o ápice em setembro de 2021, quando — por ordem de Tandera — várias vans foram incendiadas na Zona Oeste, prática que continuou nos meses seguintes.

Com a morte de seu irmão Delson Lima Neto, o Delsinho, em agosto de 2022, no entanto, Tandera se desestruturou e chegou a perder armamentos em operações policiais em poucos dias. Segundo investigações, ele, que está foragido da Justiça, estaria se reestruturando.

Danilo Dias Lima, o Tandera — Foto: Reprodução
Danilo Dias Lima, o Tandera — Foto: Reprodução

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Por Rlagos Notícias

3 de maio de 2023

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